domingo, 7 de julho de 2019


A Função Social do Artista.

Davi Bezerra Vieira - Diretor da Cia Íkarus de Artes Cênicas


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Antes de fazer uma observação da função social, penso ser necessária uma análise do seu papel, em âmbito individual. Penso ser necessário um entendimento do que vem a ser o artista e suas mais diversas significações.

Aliás, o que é ser artista?!

Transcrevendo o conceito de um meio midiático de grande circulação lê-se que o artista é Pessoa que exerce uma das belas-artes; Pessoa que exerce um ofício com gosto; Pessoa que interpreta uma obra musical, teatral, cinematográfica, coreográfica.”

Seguindo a mesma linha de raciocínio, lanço outro questionamento: Por que ser artista?

Fazendo uma análise histórica, sempre existiram artistas no fronte das revoluções, nas lutas pelas causas sociais, na defesa das classes oprimidas, na contra-mão da opressão. Sempre existiram (e felizmente existirão) "pensadores", "degenerados" que insatisfeitos com a situação vigente colocaram sua arte, seu sangue e suas vidas a serviço do bem comum, dos sonhos e do desejo de um mundo melhor PARA TODOS.  Assim, acredito que o porquê está na vontade intrínseca do ser humano do novo, de não se contentar com o mundo real (friamente racionalizado), na necessidade nata de modificar e de criar, de imaginar, de ser e/ou se ver no outro ou em na própria obra. 

É importante ressaltar, que o papel do artista não delineia apenas o social/cultural, mas também, o filosófico, a auto percepção e a percepção do mundo a sua volta. É em seu cerne uma obra em concepção, que parte, muitas vezes, de bases pouco técnicas pautada apenas na observação, na imitação e na intuição. 

Entretanto, cabe destacar que em determinadas situações a ausência de técnica "formalizada" não diminui a relevância do trabalho do artista, na medida que existem, mesmo de forma rudimentar e intuitiva,  artifícios que embelezam seu fazer artístico.

Em suma, além de seu tremendo peso histórico penso que nós artistas, validamos nosso modo de pensar e de ser, através de nosso fazer artístico, da nossa visão da sociedade, da nossa bagagem cultural, nossas indignações, nossa sensibilidade, da nossa individualidade e, ao mesmo passo, da nossa coletividade. 

Somos, portanto, agentes que redefinem, reafirmam e repensam o meio onde estamos inseridos, através de nosso corpo, nossa fala, nossos fazeres e saberes.

Todo artista é um artífice da sociedade. Somos o operário e somos a obra! SOMOS!

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