quinta-feira, 25 de outubro de 2018

XLVI Mergulho Teatral


Nesta sexta-feira, dia 19, iniciou-se a XLVI edição do Mergulho Teatral, evento que reúne as companhias de teatro da região, na intenção de entre si, compartilhem suas experiências e seus conhecimentos quanto ao mundo do teatro. O encontro desta vez aconteceu na cidade de Limoeiro do Norte e contou com a presença de grupos como Cia. Oficarte, Cia. Lamparim de Circo e Teatro, dentre outros.

Durante os três dias de reunião, O renomado administrador e produtor cultural nordestino, Rômulo Avelar, ministrou sua oficina sobre produção e gestão cultural, nomeada "O Avesso da cena". Em sua palestra, Rômulo compartilhou com os participantes, conhecimentos administrativos, financeiros e políticos acerca da parte técnica teatral. Tal momento foi extremamente enriquecedor e esclarecedor. Sem dúvidas, a Cia Ikarus retorna a sua terra com uma bagagem teatral um tanto mais vasta.


Publicado por: Carlos Ryan

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Cia Ikarus comemora seus 13 anos de existência!


Permitindo-se dar um pequeno intervalo no fazer artístico, na intenção de respirar dias de tranquilidade, a Cia Ikarus passou os últimos 3 dias na cidade de Beberibe comemorando seus 13 anos de existência! A viagem, em pleno feriadão, foi de pura diversão e serviu para criar e desenvolver ainda mais o sentido de família entre os membros. Sem dúvidas, os membros sentirão saudades dos dias de piscina e das ondas da Praia do Morro Branco, mas acima disso, dos momentos vividos juntos.


Publicado por: Carlos Ryan

quarta-feira, 3 de outubro de 2018




O Ser Artista e O Caminho das Pedras

Davi Bezerra Vieira

Ser artista, definitivamente não é fácil. Embasado em estudo contínuo e propriedades vivenciadas no mundo artístico, reitero este pensar, pautado na premissa de que nosso país, ainda precisa, e muito, repensar suas políticas públicas para Cultura.

Será que não existe o interesse pela arte uma vez que esta exige de o indivíduo pensar e refletir criticamente de forma simples e autêntica?

Cabe um questionar, também, sobretudo na visão falha que ainda persiste na massa, que insiste em acreditar que para ser “artista” tem de estar, ou tornar-se uma figura recorrente na televisão. Como vez por outra, presencio observações do tipo: É artista “Global”?

Então, quando escuto algo desta natureza, me vem um turbilhão de indignações. Indignação em saber que, o Teatro de Rua, de palco e de mundo, não cabe nesse contexto. Indignação/ questionamentos/interrogações de saber que aqueles cantores forrozeiros “arretados”, e de outros gêneros, que animam as festas da minha cidade e de outras muitas, não foram contemplados, isso parece ser um niilismo. Indignação de perceber, que não ouviram os repentistas e trovadores, que se resguardam em seus cantinhos e versejam de forma Brilhante e crítica , as belezas e injustiças de nossa terra. Indignação em perceber que muitos ainda não se encantaram com os muitos dançarinos, capoeiristas, artesãos, e por aí vai. Em resumo, Indignação em saber que toda uma classe, de artistas e de arteiros, não se resguarda sob esse nobre título, pois segundo alguns, não o são, por não se encaixarem nos moldes e contextos midiáticos.

É orgulhosamente que EU, Artista, não por opção, mas por paixão, como todos os grandes, conhecidos ou não, me incluo, e dessa classe faço questão de tecer algumas palavras.

Repito, não é fácil ser artista. Definitivamente. É uma tarefa desgastante, exige comprometimento, amor à causa, vivência, renúncia, e muita coragem para trilhar pelo caminho das pedras.

Enquanto parte da diretoria de uma Cia de Teatro, a Cia Íkarus de Artes Cênicas, minha segunda família, por muitas vezes vivenciamos obstáculos aparentemente intransponíveis, sejam de ordem financeira, seja de ordem pessoal, inter-relacionais, e até mesmo de disponibilidade de tempo. Entretanto, e sugiro aos meus colegas Artistas, buscarmos ser resilientes. Precisamos ser. Precisamos produzir, criar, astuciar, inventar e reinventar mesmo na adversidade. Admito, creio que seja na adversidade e conflitos sociais que todo artista se constrói, e semanticamente, pondero ser a diversidade o maior trunfo do artista. A diversidade e a adversidade são os combustíveis para criação!

Aqui em Jaguaribe-CE, cidade em que finquei minhas raízes e cultivo meus sonhos, verifico essa verdadeira celeuma de vozes que clamam ser ouvidas e vistas, e que aos poucos, vão ganhando vez e espaço nos cenários locais, contudo vejo ainda algumas vozes que se calam, e se emudecem, resumindo seu potencial criador aos recantos mais escusos. Não falo apenas das vozes, no sentido real, falo das vozes das formas, do corpo, da criação que enquanto obra, fala por si mesma.

Aos meus colegas sonhadores, diferentes de todos e com a cara de nossa gente, partilho um pensar, colocando-me desaforadamente nos mesmos patamares dos “artistas Globais”: Somos grandes no nosso fazer, seja ele reconhecido por grandes plateias ou não; Somos únicos na nossa potência criativa, fazemos do real a realeza, dos nossos saberes e fazeres a marca de todo uma civilidade atemporal.

Caminhemos “Artistas” pelo caminho das pedras, pelo caminho das dificuldades, dos prejulgamentos, das portas muitas vezes fechadas, das desilusões e das ilusões. Caminhemos pelo nosso próprio Rol da Fama, seja no piso de mármore, ou na quadra da escolinha do bairro, ou no chão batido dos terreiros. Caminhemos, pois se sentimos a necessidade de ir até o povo, nosso público, nossa plateia, é porque nossa alma clama por despejar nesta gente o nosso melhor, nossa potência criativa. E admitamos: todo povo precisa de seus Artistas.

Não, não é fácil ser artista, mas é necessário. Nossa alma pede!  Caminhemos!